O Papa Leão XIV teve uma reunião histórica nesta segunda-feira (20) com vítimas de abusos sexuais e ativistas da ECA Global (Ending Clergy Abuse), uma organização internacional que representa sobreviventes e defensores dos direitos humanos em mais de 30 países. O encontro ocorreu no Palácio Apostólico, no Vaticano, e foi considerado um marco na relação entre a Igreja Católica e as vítimas.
Durante a audiência, que durou cerca de uma hora, o pontífice recebeu seis representantes da ECA: Gemma Hickey (Canadá), Timothy Law (EUA), Evelyn Korkmaz (Canadá), Matthias Katsch (Alemanha), Janet Aguti (Uganda) e Sergio Salinas (Argentina). O grupo apresentou o projeto “Iniciativa Tolerância Zero”, que propõe políticas globais centradas nas vítimas, conforme as recomendações da ONU de 2014.
Gemma Hickey, uma das sobreviventes participantes, destacou a disposição do Papa para o diálogo. “Foi uma conversa significativa, marcada pela escuta e pelo compromisso com mudanças reais. Hoje, sentimos que as vozes das vítimas foram ouvidas”, afirmou.
Durante a reunião, também foi discutido o papel da Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores, que é responsável por supervisionar as políticas de prevenção e reparação. Os representantes entregaram ao Papa duas obras que simbolizam a luta das vítimas: La verdad nos hizo libres, de Sergio Salinas, que trata dos abusos cometidos pelo grupo religioso Sodalício no Peru, e Damit es aufhört, de Matthias Katsch, que denuncia casos de violência clerical na Alemanha.
Para os membros da ECA, o encontro representa “um passo concreto para reconstruir a confiança e garantir que as falhas do passado não se repitam”.
