O Festival Literário de Itabira (Flitabira) encerrou sua quinta edição no último domingo (2), reunindo renomados autores da literatura brasileira e atraindo um público estimado de 30 mil pessoas ao longo de cinco dias. Realizado de 29 de outubro a 2 de novembro, o evento teve como tema “Literatura, Encruzilhada e a Rosa do Povo”, exaltando a poesia, a diversidade cultural e o legado de Carlos Drummond de Andrade.
A grande homenageada deste ano foi Dona Rosinha, uma respeitada liderança do Quilombo Morro Santo Antônio, que lançou seu primeiro livro, “Memórias do Meu Quilombo”, aos 66 anos. Sua trajetória foi amplamente destacada durante o festival, simbolizando o poder da escrita como ferramenta de memória e resistência. A escritora Conceição Evaristo, uma das convidadas de honra, afirmou:
“A rota de fuga dessa cidade é a poesia. Drummond criou uma rota de fuga, assim como Dona Rosinha.”
Com a curadoria de Sérgio Abranches, Afonso Borges, Bianca Santana, Jeferson Tenório, Leo Cunha e Carol Peixoto, o Flitabira homenageou importantes nomes da literatura nacional, como Ana Maria Machado, Ignácio de Loyola Brandão, Conceição Evaristo e Milton Hatoum. O festival também teve espaço para autores emergentes e locais, promovendo um diálogo enriquecedor entre gerações e estilos.
Segundo Afonso Borges, idealizador do evento, o sucesso do Flitabira deve-se ao seu caráter comunitário:
“O segredo do Flitabira é um festival feito para a comunidade. Nossa preocupação é com as crianças e os adolescentes, que lotam o teatro.”
A programação foi diversificada, incluindo oficinas, lançamentos de livros, contações de histórias, apresentações musicais e o Prêmio de Redação e Desenho, que envolveu 35 escolas e cerca de 12 mil alunos. A “Estação dos Autógrafos” recebeu mais de 100 escritores independentes, permitindo que eles divulgassem suas obras.
Nos bastidores, mais de 90 profissionais, entre produtores e equipe de apoio, estiveram envolvidos, gerando um impacto positivo na economia local. O espaço “Flitabira da Gente”, dedicado a empreendedores e artesãos, reforçou o festival como um catalisador da economia cultural.
Com uma estrutura que totalizou 2.800 horas de trabalho, o Flitabira provou a capacidade de Itabira em unir literatura, arte e comunidade. Borges complementou:
“Quando o cidadão de Itabira vê Ana Maria Machado e Conceição Evaristo, sente orgulho. Isso é raro e foi feito para eles.”
Patrocinado pela Vale e apoiado pela Prefeitura de Itabira e Sesc, o Flitabira reafirma seu compromisso de tornar a cidade de Drummond um polo permanente de cultura e leitura, consolidando Itabira como um território onde a palavra é encontro, memória e resistência.
























