Quando o governo opta por realizar cortes, a escolha não reflete necessariamente as áreas que afetam a sua operação, mas sim aquelas que geram maior dor aos cidadãos. Recentemente, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (foto/reprodução internet), anunciou a suspensão de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares, justificando-se com a necessidade de cautela fiscal.
Essa ação levanta um debate importante: seria esse um artifício para punir aliados que não se alinham, ao mesmo tempo que testa a lealdade dos parlamentares restantes? O Tribunal de Contas da União está em discussão se o déficit pode variar e, em resposta, o Tesouro Nacional decidiu imprensar os gastos. No entanto, o que realmente impacta a política é a seletividade dos cortes.
No cenário político de Brasília, o rigor fiscal tende a ser cirúrgico, atingindo diretamente o músculo político, ao invés de se dirigir à gordura do Estado. Essa retaliação se apresenta de forma técnica, mas é permeada por uma sensação de revanche. Em última análise, o eleitor continua a sofrer com um eterno déficit de paciência.

























