Artistas, políticos e movimentos sociais se reuniram em manifestações em várias cidades brasileiras no último domingo, 21. Os protestos, que contaram com a presença de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visavam combater a PEC da Blindagem, aprovada na Câmara na semana passada, além de se opor à proposta de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
Em Brasília, a manifestação começou oficialmente às 10h e foi marcada por críticas ao Congresso e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado um dos principais beneficiários da PEC. Faixas com slogans como “Congresso inimigo do povo” e “sem perdão para golpistas” foram vistas durante o ato, que teve a estimativa de cerca de 30 mil participantes, embora as forças de segurança não tenham divulgado números oficiais.
O ex-ministro José Dirceu (PT) aproveitou o momento para atacar o Poder Legislativo, afirmando: “Para mudar esse País, temos que mudar o Congresso Nacional”. Ao longo do dia, protestos foram registrados em mais de 30 cidades, organizados por movimentos políticos ligados ao PT e ao PSOL. Artistas renomados como Wagner Moura, Daniela Mercury, Djonga, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan se uniram à causa.
Os maiores atos aconteceram na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em frente ao Masp, em São Paulo, ambos previstos para a parte da tarde.
Os protestos da esquerda no Brasil criticam principalmente o projeto de anistia a golpistas e a proposta de emenda à constituição, conhecida como PEC da Blindagem, que dificulta a responsabilização criminal dos parlamentares.
A PEC foi aprovada na Câmara dos Deputados no dia 16, com forte apoio do PL, partido de Bolsonaro, e dos aliados do governo. O PT liberou sua bancada, e 12 deputados votaram a favor da proposta em sua primeira votação, com dois mudando a posição na rodada seguinte.
O texto da PEC estipula que deputados e senadores só poderão ser detidos em casos de flagrante por crime inafiançável, amplia o foro privilegiado e limita a responsabilização criminal dos parlamentares, aguardando agora votação no Senado. O relator da proposta, Alessandro Vieira (MDB-SE), já se manifestou favorável à sua rejeição.
Por outro lado, o projeto de anistia ainda está tramitando na Câmara. Na quarta-feira, 17, foi aprovada a urgência para a discussão do tema, e o presidente da casa, Hugo Motta, anunciou Paulinho da Força como relator da proposta em 18 de setembro.
























