A base governista na CPI mista do INSS decidiu, nesta quinta-feira (16), barrar a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com um placar de 19 votos a favor e 11 contra. Frei Chico, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), está associado a uma investigação sobre descontos fraudulentos em benefícios previdenciários.
A Polícia Federal (PF) realizou ações contra o Sindnapi na semana passada, resultando no bloqueio de R$ 390 milhões em bens por determinação do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). É importante ressaltar que Frei Chico não é formalmente investigado.
Apesar da rejeição ao pedido de convocação, a CPMI ainda pode receber novas propostas de convocação por parte de seus membros. A oposição tem focado em Frei Chico, buscando associar seu nome às fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em seu depoimento, o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, defendeu Frei Chico, afirmando que ele não exerce cargos administrativos na entidade, desempenhando apenas um papel simbólico de representação sindical. Ele afirmou: “Ele nunca teve esse papel administrativo no sindicato. Nada mais que isso. E não precisei, em nenhum momento, solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo”.
O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) argumentou a favor da convocação, afirmando que Frei Chico precisa esclarecer seu papel no Sindnapi. Por outro lado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) alegou que não há indícios concretos de que Frei Chico tenha participado das atividades investigadas. Ela ressaltou que ele está no sindicato há apenas um ano e ocupa uma função simbólica, sem envolvimento em movimentações financeiras.
Adicionalmente, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) revelou que, entre 2020 e 2025, o Sindnapi foi o terceiro maior receptor de descontos associados nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas. Durante a CPI, foram quebrados os sigilos fiscais e bancários da entidade e do presidente do Sindnapi e sua esposa.
A base do governo também conseguiu impedir a quebra dos sigilos fiscais e bancários do ex-presidente da Previdência, Carlos Lupi, que se demitiu após as investigações, assim como da publicitária Danielle Miranda Fonteles, apadrinhada do PT e suposta beneficiária de transferências do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
Na sessão desta quinta, a CPMI focou em convocar Clelia Lúcia de Camilo Antunes e Alexandre Caetano dos Reis, irmã e sócio de “Careca”, respectivamente, além do policial federal Philipe Roters Coutinho, afastado por envolvimento nas fraudes.

























