Na manhã desta terça-feira (28), um grupo de pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho ocupou a linha férrea da MRS em Mário Campos, no estado de Minas Gerais. O ramal logístico Paraopeba, que é utilizado por mineradoras da região, incluindo a Vale, foi bloqueado como uma forma de protesto em face da lentidão na reparação dos danos causados pela tragédia que resultou em 272 mortes e na contaminação da bacia do rio Paraopeba e do lago de Três Marias.
Os manifestantes exigem o cumprimento de três demandas principais que permanecem sem resposta:
- Programa de Transferência de Renda (PTR): O programa, que garantia ajuda financeira mensal às famílias afetadas, teve seu término em 2021. Apenas cerca de 10% dos atingidos receberam indenizações, e a contaminação do rio persiste. Por isso, eles reivindicam que a Vale cumpra a Lei 14.755/2023, garantindo auxílio emergencial até que a reparação completa seja alcançada.
- Direito à escolha de entidades de apoio: Aproximadamente 70% da população dos seis municípios afetados (Brumadinho, Mário Campos, Betim, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Juatuba) relata dificuldades em escolher suas entidades técnicas. Os manifestantes pedem a manutenção da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) e a liberação de recursos para que a atuação seja equitativa em todas as localidades.
- Participação na gestão de projetos comunitários: Os afetados pleiteiam condições para apoiar a gestão dos projetos acordados em 2021. Recentemente, houve a recusa dos Ministérios Públicos e da Defensoria Pública em pagar diárias aos conselheiros, que compensariam as horas dedicadas ao monitoramento das ações. O objetivo é garantir a efetiva participação da comunidade.
Os atingidos aguardam um posicionamento da Vale, dos Ministérios Públicos e da Defensoria Pública, com a certeza de que a demora na reparação continua a prolongar seu sofrimento e deteriorar as condições de vida na área afetada da bacia do Paraopeba.

























