Quarta, 12 de novembro de 2025

USP encerra convênio com Universidade de Haifa em resposta a protestos estudantis

USP encerra convênio com Universidade de Haifa em resposta a protestos estudantis
© Rovena Rosa/Agência Brasil

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) decidiu pela antecipação do fim do convênio com a Universidade de Haifa, de Israel, considerando a pressão de protestos estudantis e a crítica de parte do corpo docente. No total, 46 dos 54 votos na Congregação foram favoráveis ao rompimento do contrato, que estava previsto para se extinguir apenas em maio de 2026.

A decisão reflete a posição da unidade desde os primeiros ataques das Forças de Segurança de Israel às cidades palestinas em Gaza e na Cisjordânia, que se intensificaram após um ataque do grupo Hamas a civis israelenses. Recentemente, houve a aceitação de uma proposta de cessar-fogo, mediada pelo governo dos EUA, resultando na liberação dos últimos reféns vivos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e vários países, incluindo o Brasil, expressaram suas preocupações em relação às ações do exército israelense, chamando atenção para a desproporção da força utilizada, que resultou em inúmeras mortes de civis e na destruição de infraestruturas essenciais nos territórios palestinos, já deteriorados desde a Nakba nos anos 1940.

Os estudantes, que têm realizado ocupações e protestos, celebraram a decisão, creditando-a “às denúncias de graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado de Israel contra a população palestina”.

“Foi uma vitória da ética sobre a omissão. A universidade pública brasileira não pode ser cúmplice de quem transforma o conhecimento em instrumento de guerra. Hoje, a FFLCH deu um passo histórico e a USP deve seguir o mesmo caminho”, afirmou João Conceição, representante discente da Comissão de Cooperação Internacional da FFLCH.

Outras universidades brasileiras, como a Unicamp (SP), UFF (RJ) e UFC (CE), também encerraram convênios com instituições israelenses. A USP, comprometida desde 2018 com a Universidade de Haifa, apresentará a recomendação de continuidade do rompimento ao seu Conselho Universitário.

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