O Brasil está passando por uma transformação silenciosa em seu sistema penal, onde as tornozeleiras estão substituindo as grades das prisões. Nos últimos dez anos, o número de detentos sob prisão domiciliar aumentou de 6 mil para 236 mil, o que representa um crescimento de 39 vezes. Atualmente, um em cada quatro detentos cumpre pena em casa.
Esse avanço é um reflexo da superlotação carcerária, pois existem 664 mil presos, mas apenas 500 mil vagas. A pandemia acelerou essa transição, inicialmente como uma medida sanitária, mas que se consolidou devido à falta de opções viáveis.
Estados como Paraná e Amazonas já têm mais da metade dos condenados fora das celas. Esse fenômeno destaca a falência do sistema prisional, que é controlado pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Entre o encarceramento inviável e a liberdade vigiada, a opção do país parece ser a administração da criminalidade, em vez de um verdadeiro enfrentamento.
























