O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), enfatizou que a adaptação climática deve ser uma “prioridade absoluta” do evento que ocorrerá em Belém (PA), neste mês. Na manhã de hoje (3), durante uma coletiva em São Paulo, destacou a importância de se trabalhar na adaptação, não apenas na mitigação das mudanças climáticas.
“A negociação de clima em geral é dividida em mitigação, que é a redução das emissões, e a adaptação. Muitas pessoas acreditavam que não deveriam focar na adaptação para não parecer que estariam desistindo da mitigação. No entanto, com a aceleração das mudanças climáticas e a crescente sensibilidade da população, a adaptação se torna fundamental.”
Ele expressou sua expectativa de que a COP30 seja lembrada principalmente como um marco na adaptação climática, após participar do evento COP 30 Business & Finance Fórum, organizado pela Bloomberg Philanthropies.
A COP30 incorporará duas estratégias principais: a mitigação — que busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa — e a adaptação, que deve ser implementada para lidar com os impactos derivados da crise climática.
A poucos dias do início da conferência, apenas 60 países apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são compromissos de redução de emissões. O embaixador apontou que essa situação pode indicar a preocupação dos países em elaborar metas que sejam viáveis de alcançar.
“Não esperávamos esse número, pois o prazo para apresentação das NDCs era em fevereiro. Os países perceberam o desafio de elaborar boas NDCs que realmente funcionem.”
Corrêa do Lago também comentou sobre as expectativas do governo brasileiro em arrecadar cerca de US$ 10 bilhões para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) durante a presidência do Brasil na COP. Esse fundo foi concebido para financiar a proteção de florestas tropicais, premiando aqueles que mantêm essas áreas preservadas.
“Este é um sucesso imenso. O fundo é um mecanismo inovador.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a possibilidade de alcançar essa verba e destacou a ambição do projeto: “Se conseguirmos 10 bilhões de dólares após um ano, será um grande feito”. Para o embaixador, a proposta brasileira é promissora e pode atribuir valor real às florestas preservadas, uma demanda antiga que finalmente pode se concretizar.
“A ideia é excelente e sua execução tem sido cuidadosamente planejada para conquistar a confiança global.”

























