Quinta, 06 de novembro de 2025

A operação Contenção e seus Terríveis Efeitos nas Comunidades do Rio de Janeiro

A operação Contenção e seus Terríveis Efeitos nas Comunidades do Rio de Janeiro
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um Panorama de Trauma e Violência

Um professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) descreve a situação da população de favelas após operações policiais como uma “bomba invisível“. A Operação Contenção, uma das maiores e mais letais já realizadas no Rio de Janeiro, resultou na morte de 121 pessoas e um clima de pânico nos complexos do Alemão e da Penha.

Consequências para a Saúde dos Moradores

Os traumas gerados por essa operação vão além das perdas físicas. O professor José Claudio Sousa Alves ressalta que os moradores enfrentam graves problemas de saúde, como:

  • Diabetes
  • Hipertensão
  • Distúrbios emocionais
  • Transtornos mentais

Mais de 73% dos moradores relataram insônia e 42% apresentaram hipertensão arterial como consequência das operações. Um estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) apurou que a chance de desenvolver depressão e ansiedade é mais que o dobro em áreas com alta exposição a tiroteios.

Vozes da Comunidade

O protesto contra a operação, realizado por moradores e líderes comunitários, evidenciou a discriminação vivida pela população das favelas. Raimunda de Jesus, representante sindical, afirmou: “o Estado não pode nos ver como inimigos, mas deve cuidar de toda a sua população”. Liliane Santos Rodrigues, que perdeu seu filho em um tiroteio, compartilhou: “tem três dias que eu não sei o que é dormir direito”.

Impacto do Crime Organizado

Os complexos do Alemão e da Penha, considerados redutos do Comando Vermelho, têm visto um aumento no controle territorial da facção, segundo dados recentes. A operação, apesar de prender 113 indivíduos, não afetou a estrutura do crime organizado, sendo a saúde mental da população a verdadeira vítima.

A Necessidade de Novo Modelo de Segurança

Estudiosos como Alves e Carolina Grillo argumentam que as operações policiais tradicionais não são a solução para combater o crime organizado. Em vez disso, propõem que se busquem alternativas que envolvam a inclusão social e oportunidades para os jovens, evitando que se tornem parte do ciclo de violência e criminalidade.

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