A adulteração por metanol nas bebidas alcoólicas é um problema sério e muitas vezes indetectável aos sentidos. Para ajudar na identificação dessa substância, várias universidades públicas brasileiras desenvolveram métodos de detecção eficientes.
De acordo com o Ministério da Saúde, no último sábado (4), foram confirmados 14 casos de intoxicação por metanol, com outros 181 casos ainda sendo investigados. A maioria dos casos oriundos do estado de São Paulo, mas há registros em todas as regiões do país. [Fonte]
Iniciativas de Detecção
Uma das iniciativas mais notáveis é oferecida pelo Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O laboratório permite que o público geral faça testes gratuitos, mediante agendamento, para verificar a presença de metanol nas bebidas. O professor Kahlil Salome, vice-coordenador do laboratório, explicou que a análise leva apenas cinco minutos e requer apenas 0,5 mililitros da amostra.
“Quando a amostra é processada, um gráfico é gerado, onde linhas específicas indicam a presença de metanol.”
Outro projeto significativo vem da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde os pesquisadores desenvolveram um método patenteado que envolve a adição de sal a amostras. Este método transforma o metanol em formol, mudando a coloração e permitindo sua identificação em até 15 minutos.
Empresas e Inovações
A pesquisa também resultou na criação da Macofren, uma empresa nascida na Universidade de Brasília (UnB) em 2013, que desenvolve kits de detecção de metanol focados inicialmente em combustíveis. O químico Arilson Onésio Ferreira, que esteve à frente desse projeto, destacou que a segurança das bebidas é uma preocupação crescente.
O kit para realização dos testes de metanol apresenta um custo aproximado de R$ 50, com reagentes adicionais custando cerca de R$ 25 por teste, e já existem 200 empresas na fila de espera por esses kits. Eventos sociais, como casamentos, se mostram especialmente preocupados com a segurança das bebidas.
A detecção de metanol é crucial, visto que quantidades superiores a 30 ml podem ser letais. O químico alerta que a variedade de aditivos e corantes nas bebidas pode gerar falsas reações, sendo vital garantir eficácia nos testes.
























