Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (16) em cinco estados brasileiros fiscaliza 24 empresas atuantes no setor sucroalcooleiro para tentar rastrear o uso de metanol em bebidas alcoólicas. Chamada de Operação Alquimia, a ação é realizada por uma força-tarefa que reúne agentes da Polícia Federal, da Receita Federal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além das empresas do setor sucroalcooleiro, a operação teve como alvos importadores e distribuidores de metanol nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Ação é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que revelaram casos de adulteração de combustíveis com metanol e descobriram a participação de organizações criminosas no esquema.
De acordo com a Receita Federal, existem fortes indícios de que o combustível adulterado esteja sendo usado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas, representando um risco à saúde pública. A Polícia Federal coletará e analisará amostras dos produtos fabricados nas unidades para verificar a regularidade de suas composições químicas e oferecer subsídios para investigações sobre a contaminação de bebidas alcoólicas por metanol.
As empresas selecionadas foram escolhidas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação até potenciais destinações irregulares. A operação contou com a participação de 80 policiais e 70 servidores envolvidos nas fiscalizações.
Riscos do Metanol e Impacto Econômico
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o metanol deve estar presente em níveis inferiores a 0,1% em bebidas alcoólicas. Sua toxicidade é alta, e até mesmo o máximo de 0,5% permitido em combustíveis pode causar danos graves à saúde, sendo proibido na fabricação de bebidas.
De acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), os prejuízos relacionados à sonegação e à produção de bebidas adulteradas chegam a R$ 85,2 bilhões.
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