Sidônio Palmeira, além de ser o chefe da Secom, também atua como o principal intérprete das intenções de Lula. Quando ele se faz presente em uma conversa entre Lula e o norte-americano Donald Trump, não se trata de um mero erro de protocolo, mas sim da consolidação do marketing como uma relevante ferramenta de Estado.
A diplomacia, nesse contexto, torna-se um mero cenário, enquanto a economia assume um papel de coadjuvante. O governo avalia cada movimento em função de seu reflexo nas pesquisas eleitorais. A expressão “Brasil soberano” é mais do que uma afirmação política; trata-se de uma estratégia publicitária, que tem o objetivo de confrontar Washington e reposicionar o ex-presidente diante de seu eleitorado.
O telefonema, disfarçado de diálogo internacional, revela-se como um ensaio de campanha. Surge então a questão: o que fazia Sidônio ali? Essa virada na atuação de Lula não é um mistério, mas um alerta sobre o poder da propaganda no funcionamento do Estado.
