No último domingo (7), em Brasília, seis ministras e um ministro do governo federal se juntaram a dezenas de organizações da sociedade civil no ato Levante Mulheres Vivas, que foi realizado em várias capitais do país, em resposta a uma série de casos de feminicídio que abalou a sociedade brasileira.
A manifestação, que ocorreu sob uma forte chuva, também contou com a presença da primeira-dama Janja Lula da Silva e do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Pronunciamentos das Ministras
Durante o ato na área central da capital, A ministra da Mulher, Márcia Lopes, enfatizou a importância da presença feminina na política, afirmando que as mulheres devem ocupar 50% dos cargos políticos no Brasil. “Não vamos votar em homem que agrida, que ofenda as mulheres. Não vamos votar”, disse ela.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a necessidade de participação masculina na luta contra o feminicídio: “É muito importante ter os homens ao lado da gente nessa caminhada. Essa luta é de toda a sociedade. Temos que unir forças para tirar essa chaga da sociedade”.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez uma emocionante referência à sua irmã, Marielle Franco, brutalmente assassinada em 2018, lembrando que a luta deve continuar para garantir a vida e os direitos das mulheres.
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, que participou do ato em uma cadeira de rodas, lamentou a invisibilidade da violência contra mulheres indígenas. “Essa violência que a gente vê hoje em redes sociais, em noticiários, nos territórios indígenas acontece igualmente e nem notícia vira”.
Demandas por medidas mais rigorosas
Em sua fala, a primeira-dama Janja Lula da Silva pediu a implementação de penas mais severas para os crimes de feminicídio: “Que hoje seja um dia que fique marcado na história desse movimento das mulheres pelo Brasil. A gente precisa de penas mais duras para o feminicídio. Não é possível um homem matar uma mulher e, uma semana depois, estar na rua para matar outra. Isso não pode acontecer”.
Contexto da Mobilização
A mobilização ocorreu em um contexto de alarmantes estatísticas de violência contra mulheres no Brasil. Em 2024, foram registrados 1.459 casos de feminicídio, o que equivale a cerca de quatro mulheres assassinadas diariamente por questões de gênero. Em 2025, já são mais de 1.180 feminicídios registrados até a data deste evento.
O ato traz à tona a urgência da discussão sobre a violência de gênero e a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger as mulheres e garantir seus direitos.


























