O caso de Juliana Garcia, agredida com 61 socos pelo namorado Igor Cabral em Natal (RN), trouxe à tona a alarmante escalada da violência contra mulheres no Brasil, registrada por câmeras no elevador do edifício. O agressor foi preso em flagrante.
Segundo especialistas, a brutalidade do crime revela não apenas a violência física, mas também um simbolismo enraizado na cultura machista, onde o corpo da mulher é visto como pertencente ao agressor. A promotora de Justiça Valéria Scarance destaca que, frequentemente, os agressores atacam partes vulneráveis do corpo feminino como um ato de controle e dominação.
“Atingir o rosto também demonstra poder. Ele quer aniquilar aquela mulher e deixar visível a sua marca”, lamenta Analba Brazão, educadora do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia.
Conforme dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil viu um aumento nos casos de feminicídio, com 1.492 mortes em 2024, representando quatro mulheres mortas por dia. Esse cenário é alarmante, com 63,6% das vítimas sendo negras. A legislação brasileira, embora avançada, convive com um aumento preocupante de discursos de ódio e misoginia, particularmente em um contexto político que ataca os direitos das mulheres.
A luta contra a violência de gênero e o **feminicídio** exige não apenas respostas do Estado, mas também uma transformação cultural. A necessidade de uma educação que discuta gênero e racismo é fundamental, como afirmam especialistas da área.
Além disso, a falta de delegacias especializadas em todo o país amplifica o problema. Existe uma urgência de infraestrutura que permita uma denúncia eficaz e proteção para as vítimas. O Ligue 180 e o canal do WhatsApp são recursos acessíveis para quem enfrenta violência.
É vital que a sociedade não se silencie diante da violência. Cada um deve ser agente de mudança e apoiar as vítimas, evitando futuros feminicídios.


























