Filho de lavradores e com formação do ensino fundamental, Pedro Lourenço de Oliveira começou sua trajetória profissional como carregador em supermercados.
Vinte anos depois, conhecido como Pedrinho BH, ele é o proprietário do Supermercados BH, a maior rede do setor em Minas Gerais, superando o tradicional Grupo Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz.
Em 2024, a rede faturou R$ 21,2 bilhões, contando com 338 lojas e mais de 39 mil funcionários. Esse crescimento se deve ao seu modelo de negócio baseado em escala, produtos acessíveis e aquisições estratégicas, consolidando a presença do Supermercados BH no estado e garantindo respeito no setor.
Recentemente, Pedrinho BH assinou um acordo para a compra das operações do Supermercados Bretas em Minas Gerais, até então controlados pelo grupo chileno Cencosud, em um negócio avaliado em R$ 716 milhões. Esse acordo inclui 54 lojas, oito postos de combustíveis e um centro de distribuição.
Enquanto outras redes se aventuram em formatos digitais e na estratégia omnichannel, o Supermercados BH continua apostando no modelo tradicional. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Pedrinho expressou seu apreço pelo contato direto com o cliente nas lojas físicas, especialmente nas unidades de médio porte.
Em 2017, ao ser entrevistado pela revista Exame, ele destacou que a estratégia de “comer pelas beiradas” foi sua aposta mais certeira. “Meus amigos diziam que não ia dar certo vender na periferia, e minha esposa queria que eu desistisse. Mas eu não ligo para o que os outros pensam”.
A tática de vendas em regiões de baixa concorrência, como periferias e pequenas cidades, foi decisiva para seu sucesso, oferecendo produtos populares e mantendo uma operação com baixo custo.
Em 2004, Lourenço vendeu 40% da rede para dois parceiros, usando o capital para expandir ainda mais, sempre priorizando áreas menos exploradas pelas grandes redes e negociando melhores preços com fornecedores.
A aquisição da Rede Bretas representa um dos maiores movimentos estratégicos da sua trajetória. Além de adquirir unidades bem localizadas, a transação elimina um concorrente direto no mercado.
Somente a operação mineira do Bretas faturou mais de R$ 1,5 bilhão em 12 meses até o terceiro trimestre de 2024. Fora do varejo, Pedro Lourenço também investiu na SAF do Cruzeiro, em uma transação avaliada em R$ 600 milhões.
FONTE: EXAME

























